Autor: Jane Austen
Editora: L&PM pocket
Número de páginas: 272
Abadia: eram os mosteiros governados por um abade ou abadessa, que tiveram grande importância na Idade Média com destaque para o componente cultural, como a conservação das obras da antiguidade, incentivo às artes religiosas e preservação de importantes livros em suas bibliotecas. Abadia é um termo derivado do latim "abbatia", que teve origem no aramaico "abba", que significa "pai".
Fonte: http://www.significados.com.br/abadia/
É com base no conceito acima que inicio esta minha resenha de uma obra curta, divertida e leve da ilustríssima Jane Austen. Jane escreveu este romance por volta de 1798 e inicialmente tinha o nome de Susan (o qual não faço a menor ideia do motivo), mas só foi publicado em dezembro de 1817. Assim como as demais obras desta e de outras autoras incríveis, a época retratada ali é infinitamente distante da nossa e por meio dessas obras podemos ter o privilégio de viajar no tempo e conhecer os costumes, os pensamentos comuns e a rotina do povo inglês daquela época. No entanto, todos os que já leram estas obras compreendem o quanto elas conseguiram se manter atuais com relação ao retrato do caráter humano apesar de toda essa distância de tempo.
Em ''A abadia de Northanger'', Jane Austen parodia genialmente os romances góticos, que eram o sucesso daquela época e constrói uma protagonista esplêndida e apaixonante chamada Catherine Morland e que leva o título de heroína. Catherine é uma daquelas moças inocentes, educadas, confiáveis, mas irremediavelmente sonhadoras. Leitora das obras góticas, a mocinha começa a se imaginar vivendo aventuras sombrias dentro de um antigo castelo ou abadia e essa imaginação é estendida quando é convidada a morar por um tempo na Abadia de Northanger junto de Eleanor Tilney (sua amiga), Henry Tilney (amigo e rapaz por quem é apaixonada) e o pai viúvo deste amável casal (o proprietário da abadia).
Catherine acaba vivendo uma grande luta entre os conflitos que vive em sua imaginação e entre a realidade, acabando por gerar diversos diálogos reflexivos com Eleanor e Henry, conseguindo dessa forma, livrar-se de seus devaneios de adolescente sonhadora.
A obra de Jane Austen tem como uma das possíveis intenções a de mostrar a que ponto as obras góticas poderiam ''mexer'' com a imaginação fértil e inexperiente das mocinhas. Existe também uma defesa ao gênero romanesco, já que na maioria das vezes eram escritos por mulheres e por este fato era considerado um gênero de segunda categoria.
Bom, ''A abadia de Northanger'' é considerada a obra mais divertida de Jane Austen e eu não tenho porquê discordar, já que a leitura fluiu perfeitamente e fez com que eu desse algumas boas risadas e também me emocionasse com a doce Catherine Morland. Deixo como recomendação para os que gostam de um bom romance de época divertido, crítico, instigante e com final feliz.
''Havia boa dose de bom-senso nisso tudo; mas há situações da alma humana sobre as quais o bom-senso tem muito pouco poder.''
(A Abadia de Northanger)