domingo, 25 de outubro de 2015

Meus trovões

Converso com os trovões...
é estranho, mas acho que fazem parte de mim.

Sou formada de trovões!

Em outra vida, fui uma gota de chuva.
Dessas que molham uma rosa
ou caem alegres em um girassol atraente.

Os trovões me dizem coisas
que a ninguém confesso.
Estão comigo
até quando andam calados.

Considero trovões como uma partícula da minha alma
ou talvez um pedaço do meu leve ser
que grita de alegria
e com a chuva vive encantado.

Declarado

Se até pro nada eu faço poema
por que não farei eu pra você
nem que seja um esboço
ou talvez um poeminha?

Pois aqui está ele,
minha beleza encantadora,
diferente, amável
e inspiradora.

Já invadiu meu coração, 
pois invada agora meus versos
e entre na minha canção.
Por você,
já fiz até oração.

Usarei do meu romantismo
talvez um pouco alencariano.
Desses que sobram amor
pra muito mais de um ano.

No pedestal da minha vida
só tu tens o lugar.
Idealização, fantasia
ou apenas a arte de amar.

Amo, amando, amado,
já falei tudo errado.
Era pra ser segredo
o que nesta estrofe
acabou de ser confessado.


Liquidificador

Solto o cabelo, piso na terra,
tomo sorvete no regime.
Não quero ter medo de ser feliz
ou medo de viver.
Encurto a saia, tomo chuva,
escuto bossa, canto Caetano,
leio Drummond
e beijo amor.

Vivo pra viver.
Existo pra ser.
Ando sem medo, cabeça erguida,
com esmalte ou sem,
batom vermelho pra ficar mais zen...

Durmo do lado contrário,
escorrego de cima do meu eu.
Saio dançando com o mundo,
vou vivendo com tudo.

O vento é quem penteia os cabelos,
o sol deixa a pele vermelha
mas também aquece a alma...
Os sonhos surgem na alma
daqueles que têm calma.

Breguinha

Numa dessas noites
tive um encontro.
Encontrei com uns olhos vivos
que mais pareciam estrelas.

Os belos astros luminosos
que me perdoem,
mas aqueles olhos...

Aqueles olhos
brilhavam em torno 
de um universo
chamado meu coração.


sexta-feira, 23 de outubro de 2015

Crônica produzida por uma aluna do 6º ano. Tema: criança lendo no lixão.

Título: Uma lição para mim

        Em um lindo dia de verão, avistei um menino pobre que estava procurando latas para vender em um lixão, quando encontrou um belo livro, sentou-se e começou a folhear as páginas.
       Olhei para ele e perguntei o que ele estava lendo. Ele então me respondeu que não estava lendo, mas apenas olhando as figuras. 
        Fiquei curiosa, pois o José estava muito atento com o seu livro. Perguntei se ele sabia ler e ele me disse que até sabia um pouco, porque fazia pouco tempo que estava fora da escola. Pedi para que me lesse um trecho do que estava lendo, mas ele todo vermelho, recusou-se!
    Depois desse encontro, pensei comigo mesma: eu, com tantos livros, na escola E.M.E.F.E.M Benedito Teixeira de Macedo e ainda frequentando o educandário Joanna de Ángelis, tenho praticamente tudo, enquanto ele tem tantas dificuldades...
          Resolvi então tentar ajudar o José! Levei-o até o educandário e a dona Zilá deu para ele uma direção maravilhosa: telefonou à escola mais próxima e arrumou uma vaga. Ela também avisou José que uma condução iria pegá-lo pela manhã e que a tarde ele iria ao educandário Bezerra de Menezes.
      Na escola, meu amigo José foi bem acolhido por todos! Recebeu material escolar, uniformes, tênis e para minha maior alegria, conseguiu até uma cesta básica para sua mãe dona Joaquina. 
          Então eu pude perceber o quanto era feliz e aprendi muito com a amizade de José, pois por meio dela, aprendi a dar valor a tudo o que tenho em minha vida.
    Hoje José é muito feliz com seus livros, com as escolas, seus novos amigos e principalmente com sua mãe, pois ele não precisa mais ir ao lixão para procurar latas para vender, porque agora tem uma vida digna e acredita em um futuro melhor para si e sua família. 
         De coração, eu digo: que bom que pude ajudá-lo!

Rafaela Vitória dos Santos.




O que é crônica?


Crônica é uma narrativa histórica que expõe os fatos seguindo uma ordem cronológica. A palavra crônica deriva do grego ''chronos'' que significa ''tempo''. Nos jornais e revistas, a crônica é uma narração curta escrita pelo mesmo autor e publicada em uma seção habitual do periódico, na qual são relatados fatos do cotidiano e outros assuntos relacionados a arte, esporte, ciência etc.