segunda-feira, 26 de maio de 2014

Professor eventual

 Eventual: acontecimento ou ''evento'' que ocorre de repente e com pouca frequência, ou seja, o professor eventual é um professor que algumas vezes dá as caras na sua sala de aula, geralmente quando um professor fixo falta. Supostamente cheios de conhecimentos, assim como todos os outros professores, o professor eventual possui um diploma, total domínio da matéria que é licenciado e sim, na maioria das vezes, ele é um excelente profissional, só que por não ser o professor efetivo de uma(s) determinada(s) sala, acaba fazendo um trabalho''menos focado''. Isso não acontece por falta de vontade do docente, mas sim porque isso é tudo o que ele é capaz de fazer perante alunos desinteressados e desrespeitosos (alguns). 
Eu não diria todos, mas a maioria dos alunos não respeitam o professor eventual por acreditarem que o mesmo é ''burro'', não sabe a matéria (e dependendo de qual for ele não sabe mesmo) e não possui a mesma autoridade do professor efetivo. Esse julgamento acontece, muitas vezes, até por falta de conhecimento do educando diante da profissão ''professor'', no entanto, é algo extremamente deprimente e desagradável para o substituto.
O professor eventual está nesta carreira porque não conseguiu ser aprovado no concurso ou está aguardando a chamada deste, ainda está concluindo seu curso superior e esta é uma forma de inserir-se no ramo docente ou simplesmente ele escolheu essa maneira de trabalho ''porque quis'' e gosta de estar a cada dia em uma sala diferente, além de estar ciente de que o eventual possui um pouquinho menos de responsabilidade do que o efetivo, que possui ''papeladas'' para fazer durante todo o ano letivo.
O problema da desvalorização, no entanto, abrange todo e qualquer tipo de professor, não importando nenhum pouco a sua ''categoria'', aliás, dividir professor por ''categoria'' já causa uma má impressão, mas não que eu tenha em mente uma solução para este suspeito ''nomear''. A questão é que por algum motivo, a função de professor foi se perdendo no tempo, chegando até os dias de hoje como uma espécie de ''babá''. Quando que o mundo vai entender que as crianças precisam vir educadas de suas casas? Educar o filho dos outros está suprimindo nossa verdadeira obrigação, que é a de ''construir conhecimentos''. Por isso nos deparamos muito com professores cansados, reclamadores e chatos, eles sabem, no fundo de suas almas, que não estudou exatamente para isso que está tendo de lidar.
A única conclusão que consigo expressar diante de tudo isso é que ''professor é professor'', não importando sua categoria ou se é eventual ou efetivo, afinal, o respeito é algo que damos a todos sem olhar a quem. Porém, temos a prova de que é impossível se dar uma coisa que não se possui. Há casos em que a falta de respeito existe devido a grande sucessão de erros  que ocorrem dentro de casa, na escola e na sociedade em geral. Talvez seria ligeiramente injusto culpar um grupo e defender outro, sendo que deveríamos trabalhar em conjunto e ter um só objetivo em prol da nação: a educação de qualidade. Mas isso nunca existirá se cada um não for capaz de cumprir com sua parte ao invés de descarregá-la nas costas de outrem que mal dá conta de si próprio.
Tenho mantido cravado em minha mente que de nada adiantaria termos escolas maravilhosas espalhadas por todo o Brasil, com confortáveis poltronas, tablets, lousas digital, ar condicionado, apostilas incríveis e um salário gratificante para todos os profissionais da educação, enquanto as pessoas saírem mal ou ''nada educadas'' de seus lares, a educação continuará a ser falida.
Por: Miriã Pinheiro

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