sexta-feira, 30 de janeiro de 2015

Resenha: A abadia de Northanger

Título: A abadia de Northanger
Autor: Jane Austen
Editora: L&PM pocket
Número de páginas: 272


Abadia: eram os mosteiros governados por um abade ou abadessa, que tiveram grande importância na Idade Média com destaque para o componente cultural, como a  conservação das obras da antiguidade, incentivo às artes religiosas e preservação de importantes livros em suas bibliotecas. Abadia é um termo derivado do latim "abbatia", que teve origem no aramaico "abba", que significa "pai".
Fonte: http://www.significados.com.br/abadia/

É com base no conceito acima que inicio esta minha resenha de uma obra curta, divertida e leve da ilustríssima Jane Austen. Jane escreveu este romance por volta de 1798 e inicialmente tinha o nome de Susan (o qual não faço a menor ideia do motivo), mas só foi publicado em dezembro de 1817. Assim como as demais obras desta e de outras autoras incríveis, a época retratada ali é infinitamente distante da nossa e por meio dessas obras podemos ter o privilégio de viajar no tempo e conhecer os costumes, os pensamentos comuns e a rotina do povo inglês daquela época. No entanto, todos os que já leram estas obras compreendem o quanto elas conseguiram se manter atuais com relação ao retrato do caráter humano apesar de toda essa distância de tempo. 
Em ''A abadia de Northanger'', Jane Austen parodia genialmente os romances góticos, que eram o sucesso daquela época e constrói uma protagonista esplêndida e apaixonante chamada Catherine Morland e que leva o título de heroína. Catherine é uma daquelas moças inocentes, educadas, confiáveis, mas irremediavelmente sonhadoras. Leitora das obras góticas, a mocinha começa a se imaginar vivendo aventuras sombrias dentro de um antigo castelo ou abadia e essa imaginação é estendida quando é convidada a morar por um tempo na Abadia de Northanger junto de Eleanor Tilney (sua amiga), Henry Tilney (amigo e rapaz por quem é apaixonada) e o pai viúvo deste amável casal (o proprietário da abadia). 
Catherine acaba vivendo uma grande luta entre os conflitos que vive em sua imaginação e entre a realidade, acabando por gerar diversos diálogos reflexivos com Eleanor e Henry, conseguindo dessa forma, livrar-se de seus devaneios de adolescente sonhadora.
A obra de Jane Austen tem como uma das possíveis intenções a de mostrar a que ponto as obras góticas poderiam ''mexer'' com a imaginação fértil e inexperiente das mocinhas. Existe também uma defesa ao gênero romanesco, já que na maioria das vezes eram escritos por mulheres e por este fato era considerado um gênero de segunda categoria.
Bom, ''A abadia de Northanger'' é considerada a obra mais divertida de Jane Austen e eu não tenho porquê discordar, já que a leitura fluiu perfeitamente e fez com que eu desse algumas boas risadas e também me emocionasse com a doce Catherine Morland. Deixo como recomendação para os que gostam de um bom romance de época divertido, crítico, instigante e com final feliz. 


''Havia boa dose de bom-senso nisso tudo; mas há situações da alma humana sobre as quais o bom-senso tem muito pouco poder.''
(A Abadia de Northanger) 



 

quinta-feira, 29 de janeiro de 2015

A chegada da liberdade

O desejo da liberdade quando chega
quebra os grilhões do medo,
docemente se ajeita,
sem julgar ou apontar o dedo
para o coração que guarda um segredo.

O segredo, em geral, é bem simples
e cabe em qualquer cantinho do mundo.
O segredo é o que dá cor aos vales
e valor ao que chamamos de segundo
no fundo da alma, recanto imundo.

O segredo, vou falar bem baixinho
porque a dor não pode ouvir,
nem contar para o vizinho.

O segredo é: nascemos para a liberdade.
Sim, nascemos para ter asas e voar
sem qualquer desigualdade.

No entanto, ficamos presos...
esquecemos o que queremos
e nos fechamos no escuro de nós mesmos.

Eu nasci para a liberdade,
você também é dono dessa verdade!
E ninguém pode contestar aquilo que é realidade.

Deixe que fiquem falando, resmungando
e saia correndo gritando.
A liberdade está chegando...

A liberdade está aí,
ela já chegou e lhe sorri...
pegue já o que é seu e saia feliz daqui!






quarta-feira, 28 de janeiro de 2015

Dica musical - Brothers of Brazil: uma perfeição sonora

Um belo dia meus ouvidos foram acariciados com uma mistura de rock punk com bossa-nova, cantando algo chamado ''Melodies from hell'' e o amor por essa mistura logo escancarou minha porta e entrou delicadamente decidido a fazer parte da minha vida. Peguei o mouse e voltei a música umas dez vezes só para ter certeza de que aquela perfeição sonora era real. Olhei a data umas mil vezes e mesmo tendo a plena certeza de que é atual, fiquei lendo a descrição do vídeo só para constar que eu não estava sonhando e de que aquela música não era apenas um resultado do meu desejo de conhecer algo que preste nesta atualidade decadente. Obviamente que quando coloquei no vídeo, já sabia que conhecia aquela agradável dupla de um programa de televisão da Redetv e que separada já era suficientemente famosa. Sabia também que eles cantavam juntos, mas nunca tinha tido o privilégio de escutar com atenção. Aliás, devo dizer que minha curiosidade surgiu justamente por ser fã do Supla e desde muito tempo só escutar as músicas do Tokyo e dos álbuns ''Charada brasileiro'' e ''Bossa furiosa''. Pensei que ele e o irmão deveriam ter gravado discos e ainda bem que eu estava certa! O álbum mais novo deles foi lançado quase no final do ano passado e eles seguem fazendo shows pelo mundo inteiro.
Supla, roqueiro conhecido desde os anos 80 teve alguns hits de sucesso e é conhecido como um dos poucos adeptos do estilo punk no Brasil. Possui um talento inconfundível, ótimo para fazer interpretações, vestimenta nada comum e uma voz que encantadoramente se encaixaria em qualquer música, simplesmente uniu o útil ao agradável na dupla com seu irmão João Suplicy, cantor de bossa-nova, estilo bem menos gritante e bem mais tranquilo e dono de uma voz linda e extremamente musical para fazerem essa beleza de música que eles mesmos chamam de ''punkanova''. 
Com letras inteligentes e muito bem interpretadas, as músicas dos Brothers of Brazil invadiram meu coração e me mostraram que ainda existe gente capaz de fazer música de qualidade. O estilo deles é muito musical e com certeza mereceria muito mais reconhecimento do que tem recebido. Considero um pouco de coragem investir em um outro estilo de música em um mundo onde o sertanejo universitário tomou conta e penso que aqueles que ainda não se entregaram à febre do sertanejo, deveriam aprender a valorizar um pouco mais os artistas que saem da nossa terra, em vez de ficar colocando em pedestal gente de outro lugar que está pouco se lixando para o povinho brasileiro. Temos artistas fantásticos aqui e devemos nos tornar público deles antes de sermos público de qualquer gringo com brinquinho na orelha. Quantos artistas tiveram que sumir do Brasil para conseguir reconhecimento porque aqui não estava virando nada? Pois é, a lista é inumerável! 
Eu sempre gostei muito do Supla, dessa mistura dele de Billy Idol com David Bowie, aquelas roupas coloridas, cabelo loiro espetado, corpo em forma e sempre vivi inconformada por ele não ter o reconhecimento e o sucesso que merece, mas confesso que imaginava que ''os brothers'' tivesse sido apenas um programa de televisão e não sabia que eles eram mesmo uma dupla musical. 
Supla já recebeu infinitas criticas em algumas músicas do passado, como a famosa ''green hair'' que ficou muitas vezes em primeiro lugar no ranking dos piores clipes do mundo segundo a MTV, mas sempre deixou bem visível uma grande humildade e carisma em todas as suas entrevistas e por esses e outros motivos dá para se reconhecer que o cara tem voz, charme e talento. Então, vamos acabar com o preconceito? Aliás, se ''green hair'' é o pior clipe do mundo, com certeza nunca escutaram uma tal de Tina Turner, mas deixa isso para lá!
Deixei-me levar pelo encanto musical dessa dupla cheia de estilo e talento e me apaixonei por todas as músicas, sendo difícil dizer de qual mais gosto. ''Melodies from hell'' foi a primeira que escutei e a produção do clipe é inesquecível. Em geral, as músicas dos Brothers são cantadas em inglês, mas existem algumas em português como ''A vida num segundo'', ''Tudo pelo poder'', ''Domingo de manhã'' e algumas outras que misturam os dois idiomas. O sucesso principal da dupla no exterior leva o nome de ''Viva liberty'' que com certeza, merece ser ouvido. Entre os álbuns estão ''Punkanova'', ''On my way'' e o mais novo ''Melodies from hell''.
Bom, eu apenas decidi reservar um espacinho para divulgar a boa música produzida na atualidade e deixar como dica para aqueles que ainda possuem ouvidos sensíveis para apreciar boa vozes, clipes bem feitos, letras inteligentes e ritmos contagiantes e diferentes. Desejo a todos boas experiências com as canções dessa dupla única, que com certeza vale muito mais do que uma banda cheia de gente!






Querido Cinquenta tons de cinza

Querido Cinquenta tons, é com grande pesar que venho informar por meio desta a grande decepção que tive com o senhor. Sei que depois posso quase ser atacada por um bando de adolescentes/jovens/mulheres adultas que sonham em ser espancadas por um homem só para depois terem o gostinho de fazer uso da bendita lei Maria da Penha. Bom, antes de tudo quero que saiba que compreendo perfeitamente que o senhor Cinquenta ainda é bem jovenzinho e embora já seja precocemente famoso, tenho que dizer que é muito pobrezinho. Sim, o senhor é muito pobrezinho, já que não conseguiu dizer nada em 455 tons de meras páginas jogadas ao léu. Apesar desta minha experiência que eu devo chamar de - aterrorizante - sei reconhecer o quanto o senhor é elogiado por aí e reconheço ainda mais que foi exatamente por esses elogios que tive despertada a curiosidade de me sentar na varanda com o senhor sobre meu colo. No entanto, o senhor se mostrou um tanto ingrato para com a minha curiosidade, tentando me convencer a desperdiçar meu precioso tempo de férias observando uma garota chata de personalidade inconsistente ser agredida por vontade própria por um cara ainda mais chato e de personalidade lunática. Sinceramente, o senhor poderia ter caprichado um pouquinho mais na personalidade de vossas personagens... O senhor, por acaso, já leu algo de nossa querida Jane Austen? Não me surpreendo nenhum pouco se a resposta for negativa! O senhor está muito fraquinho para o meu gosto! Tomo a liberdade de questionar se em algum momento o senhor já pensou em utilizar apenas cinco páginas de um conto para apresentar vossas contraditórias personagens? Tenho a certeza que não! Afinal, o senhor está em busca da tão sonhada fama trilógica. 
Apesar de tudo o que já foi dito aqui, não quero que o senhor se ofenda, afinal, consigo compreender que o senhor não se escreveu sozinho, mas não quero perder tempo adentrando nesses detalhes. O senhor pode estar se perguntando quem sou eu para fazer declarações tão grotescas contra o sucesso do momento. Bom, não sou ninguém em especial, mas posso dizer que sou uma coisa: leitora. Sim, sou uma leitora que busca aventuras, emoções, romances comoventes, dramas intensos e até aquilo que é chamado de clichê ou carne de vaca, desde que me acrescente e inspire. O senhor, no entanto, é insípido e isso me decepcionou, pois como uma boa leitora econômica eu não gastaria meus pobres cascalhos com algo de vosso nível.
Eu, que jamais critico o gosto literário de outrem ou que critico menos ainda a leitura de best-sellers ou quaisquer trilogias, sinto-me traída com vossa inconsistência e superficialidade. Vossa sensualidade, além de ser especialmente vulgar, é cansativa e repetitiva. Além do mais, obrigada por deixar claro que algumas mulheres se excitam quando são espancadas, alguns dos mais terríveis bandidos do nosso Brasil varonil gostarão muito de saber disso, ainda mais sabendo que o senhor não é brasileiro, e nós adoramos uma moda importada.
A propósito, antes que eu me esqueça, deixo abaixo alguns sinônimos da palavra ''enrubescer'', verbo utilizado 455 vezes pelo senhor. Termino aqui esta carta e espero que não se sinta ofendido, apenas tente melhorar da próxima vez que tiver a oportunidade, embora a minha credibilidade o senhor já não tenha mais (não que eu a considere grande coisa!) e acredite, ver o senhor nos cinemas seria a última coisa que eu faria.
Sucesso na carreira cinematográfica e receba os meus humildes cinquenta tons de reprovação.

Enrubescer: Tornar (-se) vermelho. Ruborizar (-se), corar. 


Sinônimos:  vermelhar-se, corar, envaidecer- se, afoguear, abrasar, esbrasearinceder, incendiar, queimar, avermelhar,ruborizar, vermelhar, colorir, envergonhar-se, purpurearrosaji-se, tauxiar, tingir,pejar, perturbar-se, confundir, ruborizar-se, ruborejar, nacarabrasear, escandescer ,esfoguear, rosear, acarminar, carminar, rubificar,envermelhecer, inflamarerubescer, rosar, rubescer, ruborescer.



segunda-feira, 26 de janeiro de 2015

Nuvem negra

Hoje foi uma das poucas manhãs em que eu acordei com uma nuvem bem negra pairando sobre minhas ideias. Não tenho tanta certeza se quero isso ou aquilo, não sei se aposto tudo ou saio correndo só para garantir o pouco que me resta. Tive uma boa noite de sono, mas sonhos nem tão desejáveis. Tenho medo de alguma coisa, sinto uma pitada de insegurança embaçando toda a minha natural felicidade de estar em pé e respirando plenamente. Vejo uma nuvem cinza-escuro fazendo sombra em minhas reflexões mais brandas e não sei se devo observá-la como um início das boas temporadas de chuva, um alarme falso do tempo ou como apenas uma tempestade passageira, dessas que chegam quando o calor se acentua insuportavelmente. Carrego incertezas quanto a origem da nuvem e se devo mesmo ter o trabalho de olhar para cima e notá-la ou se devo simplesmente ignorá-la, já que não foi eu quem a invoquei. Meu raciocínio amanheceu um tanto embaçado neste dia e isto me deixa meio fora do ar... Quero esclarecer meu pensamento, deixar tudo em ordem e esperar pacientemente pela melhor estação. Deixe-me acompanhada de minhas metáforas , livros e canções. Tenho a liberdade de fazer meu caminho, destruir meus perigos, persuadir meus medos, acordar meus sonhos. Sou capaz de enxergar a beleza do meu eu, de valorizar tudo o que posso fazer de bom e assim seguir cantando e respirando os novos ares que deverão encher meus pulmões de paz. 
Apesar de toda e qualquer nuvem negra, sei quem sou e no fundo, lá no íntimo do meu ser eu tenho a certeza de que posso dissipar qualquer elemento duvidoso que ouse pairar acima de mim. 




sábado, 24 de janeiro de 2015

Apaixonada por seu coração

Darcy dos olhos distantes, 
do sorriso enigmático,
à altura da própria elegância,
bondade sem alarme,
querido da minha alma!

Chegou de leve em meu coração
e nem tentou se sobressair.
Sorriu e virou para o lado,
olhou e desviou a mente,
amou sem ser estridente.

Vive em meus sonhos,
fere meu orgulho,
é desprovido do mesmo.
Seriedade que conquista,
voz que não deixa pista!

E eu, a pobre Elizabeth,
perdida em meus devaneios
sonho em estar ao seu lado,
compartilhar da natural elegância,
caminhar por bosques de amor,
sorrir aos ventos da emoção.

Não preciso de uma casa gigantesca,
mas de seu amor sincero e confiável.
A aparência de seu coração
quero contemplar
sem pressa de chegar em casa,
sem horário e nem lugar.

Por: Miriã Pinheiro


Poema inspirado na obra ''Orgulho e preconceito'' da Jane Austen, usando a protagonista Elizabeth como eu-lírico.

quinta-feira, 15 de janeiro de 2015

Resenha: A culpa é das estrelas

Título: A culpa é das estrelas
Autor: John Green
Editora: Intrínseca
Número de páginas: 288


“Ás vezes as pessoas não tem noção das promessas que estão fazendo no momento em que as fazem.”
 ''Mas eu acredito em amor verdadeiro, sabe? Não acho que todo mundo possa  continuar tendo dois olhos nem que possa evitar ficar doente, e tal, mas todo      mundo deveria ter um amor verdadeiro, que deveria durar pelo menos até o fim    da vida da pessoa.''


O livro que vou falar nesta resenha já foi bastante lido, comentado e como muitos outros, também virou filme e eu confesso que não estava muito empolgada para lê-lo, mas fui impulsionada pela curiosidade e pelos comentários positivos que andei escutando por aí. Foi uma leitura bastante rápida, prazerosa e nada difícil. Acredito que este seja o tipo de livro que agrada quase todos os tipos de leitores, mesmo aqueles que não são muito voltados para o estilo, pelo fato de ser jovial e de fácil compreensão e deve ser exatamente por esse motivo que conseguiu conquistar o coração e o espaço na estante de muita gente de todas as idades. 

Não dá para dizer que a história contada é feliz, mas também não dá para afirmar que é totalmente triste e melancólica. Acredito que tenha um pouco de tudo e a própria frase do Markus Zusak na capa já diz muito: ''Você vai rir, vai chorar e ainda vai querer mais.'' É basicamente isso mesmo! Você ri e chora, mas é mais provável que chore mais do que ria, porque a história é voltada para o amor entre dois adolescentes em estágio terminal de câncer e você já pode deduzir que isso não seja tão feliz assim.
Na minha opinião, não consigo dizer que este seja um livro incrível, mas sem sombra de dúvida é muito bom. No começo, se eu não fosse uma leitora decidida, teria desistido nos primeiros capítulos, pois demorei um pouquinho para me acostumar com a informalidade do John Green. No entanto, o excesso de informalidade está mais nos primeiros capítulos, depois a coisa acaba entrando nos eixos. Uma outra coisinha que me deixou com a pulga atrás da orelha foi o final do livro. Fiquei em dúvida se deveria deduzir uma ou outra coisa (com certeza não vou contar o final do livro aqui) e acabei ficando meio confusa. Parece que assim como em ''Uma aflição imperial'', obra inventada pelo autor que tanto foi falada no livro, ''A culpa é das estrelas'' acabou terminando sem um final palpável, pelo menos pela parte da Hazel. Nos demais aspectos, achei o livro bom e recomendo para as poucas pessoas que ainda não tiveram o privilégio de ler. Uma dica: prepare antes o psicológico, porque as emoções são um tanto intensas.

Por: Miriã Pinheiro


quarta-feira, 14 de janeiro de 2015

Resenha: Orgulho e preconceito

''São poucas as pessoas de quem realmente gosto, e menos ainda as que tenho em bom conceito. Quanto mais observo do mundo, mais me decepciono; e cada dia que passa confirma minha crença na inconsistência do caráter humano e na pouca confiança que se deve ter nas aparências de mérito ou sensatez.''
(Jane Austen - Orgulho e preconceito) 


Título: Orgulho e preconceito
Autor: Jane Austen
Editora: L&PM pocket
Número de páginas: 392


É quase certo afirmar que a maioria das pessoas já leu esta frase citada no Facebook ou em alguma outra rede social. Esta frase belíssima e conhecida por muita gente foi retirada do livro ''Orgulho e preconceito'', considerado a obra-prima de Jane Austen e lido e relido por todas as gerações que seguiram a dela. Na introdução da edição que li, dizia que Jane escrevia como hobby para distrair seus sobrinhos e só depois acabou publicando e se lançando oficialmente como escritora. Jane faleceu muito cedo e permaneceu solteira por toda a vida. No início, não teve seu talento grandemente reconhecido, pois isso só aconteceu vários anos depois da sua morte. Seu primeiro livro publicado foi ''Razão e sentimento'' e depois seguiram-se vários outros, inclusive ''Orgulho e preconceito''. Terminei esses dias de ler este livro e foi com grande prazer que finalizei a leitura dele, pois realmente a leitura é muito prazerosa e possui capítulos curtos, o que é uma grande vantagem, pois interrupções contínuas não prejudicam o raciocínio do leitor. 
O livro narra a história do casal Bennet e suas cinco filhas na idade de conseguir um marido e adquirir sua independência, já que os pais eram pobres metidos a ricos, que ousavam em manter as aparências e em querer ''participar da sociedade'', mas na verdade, possuíam poucas condições financeiras. A mãe (sra Bennet), ansiosa em ver as filhas casadas, fica extremamente feliz e agitada com a chegada do jovem bonito e rico sr Bingley, que acaba se interessando reciprocamente por Jane, uma criatura doce e meiga e filha mais velha da família Bennet, tendo por volta de vinte e dois anos. Junto com o sr Bingley, chega o sr Darcy, melhor amigo de Bingley e ainda mais rico do que ele e que à primeira vista, aparenta ser um sujeito chato, mal-humorado e ligeiramente interessado em fazer críticas. Elizabeth, personagem principal da história e a penúltima filha, que tem por volta de vinte e um anos, acaba sentindo absurda antipatia pelo sr Darcy, devido sua aparência arrogante. Porém, com o passar do tempo e devido aos diversos acontecimentos que compõem o enredo da história o jogo acaba virando para Elizabeth e tudo acaba seguindo um rumo diferente ao que ela planejou e é nisso em que a história de baseia. Você provavelmente imagina que Elizabeth acaba se apaixonando por Darcy e sim, isso é praticamente óbvio.
Quanto a minha opinião, acredito que ela não fuja muito do que a maioria dos leitores deste livro pensam. O amor entre Elizabeth e Darcy e inocente e um pouco monótono, já que demora bastante para desenrolar e eu penso que seria mais interessante se houvesse um pouquinho mais de emoção entre o casal, mas esta é a minha opinião e não é só por causa disso que o livro perde um pouco do seu grandioso valor. A obra é belíssima e eu recomendo a todos os que ainda apreciam uma leitura coerente, bem humorada, crítica e acima de tudo de qualidade.

Lembrete: a história é baseada na época final do século XVIII para o século XIX e apesar do tempo em que foi escrita e baseada, possui linguagem acessível e bem tranquila, retratando a mulher e a sociedade do período com bastante fidelidade e ironia. 

Por: Miriã Pinheiro


Cacos de amor



''As pessoas possuem total direito de simplesmente não nos quererem. Não importa o quão bom sejamos ou o quão fortes e verdadeiros sejam nossos sentimentos. É sempre opção do outro não nos querer. A rejeição é uma merda, rasga o coração em 18 pedacinhos, mas a aceitação é necessária.''

Hoje, passeando pela internet, deparei-me com esta frase, que marcava o link que dava acesso a um blog que falava justamente sobre o tema incorporado à frase acima: amor não correspondido, ou sei lá, como você preferir chamar. Não sei se sou a melhor pessoa para me considerar uma adulta em estágio completo, mas sei que já passei um pouco da adolescência. Bem pouco, mas já passei! E como toda boa adolescente que se preze, eu também tive diversos amores não correspondidos, mas é claro, sempre tem aquele que marca mais nosso dolorido coração e eventualmente nos pegamos pensando nesse determinado individuo, seja ele homem ou mulher, depende de sua opção sexual, obviamente. É claro que, na maioria das vezes, quando pensamos nas pessoas com quem desperdiçamos nosso amor que dolorosamente não foi correspondido, pensamos nela olhando as demais vertentes da situação passada e não necessariamente lamentando o amor ou a falta dele. 
Na minha adolescência e acredito que na maioria das pessoas também, eu acreditava que gostando demais de uma pessoa, dedicando e demonstrando todo o meu afeto por ela, faria, automaticamente que ela, um dia, gostasse de mim com a mesma intensidade. Doeu bastante, o tempo passou, como sempre passa e eu finalmente aprendi que ninguém é obrigado a gostar de mim, da mesma forma que eu não sou nenhum pouco obrigada a gostar de ninguém. Quantas pessoas já foram descartadas da minha vida? Quantos rapazes eu avaliei como legais, inteligentes, mas nunca fui capaz de sentir uma mínima atração física sequer? Pois é, parando para refletir, cheguei a conclusão de que a lista é imensa! Da mesma forma, quantas vezes fui desprezada e rejeitada? Eu diria, para não exagerar, um milhão de vezes. E o que eu pude fazer com relação a isso? A resposta é dura, crua, gelada, mas é a única: absolutamente nada. Infelizmente, não pude obrigar, convencer, persuadir ou estimular ninguém a gostar de mim ou a sentir alguma atração pelo que sou. E foi lendo a frase citada acima do blog Deu ruim, que minhas conclusões se tornaram ainda mais firmes e bem-sucedidas. Ser rejeitado não é gostoso, emocionante, prazeroso e nem sempre deixa boas lembranças, mas a aceitação é necessária e não há meios de fugir dela. De um jeito ou de outro, você precisa acabar entendendo que todo ser humano é livre e felizmente, ninguém pode ser obrigado a ter sentimentos do qual se sinta incapaz de sentir. No começo, aceitar uma rejeição não é nada fácil. Você vai querer sair correndo, não ver a cara de ninguém por um bom tempo, isolar-se do mundo (e isso nem sempre é ruim), além de outras reações necessárias e comuns para a situação, mas um belo dia você vai acordar e vai perceber que finalmente aceitou e entendeu que nem o seu poder, nem o de ninguém é suficiente para obrigar um ser humano a sentir algo por você ou por qualquer outra pessoa. E não adianta chorar, ajoelhar e pedir para Deus colocar um sentimento no coração do individuo. Deus respeita a privacidade e o direito de escolha de cada um e não vai ser por suas lágrimas que Ele vai voltar atrás com Suas palavras. 

Por: Miriã Pinheiro





domingo, 11 de janeiro de 2015

Chuva de janeiro

Janeiro, eu queria que chovesse!
Gostaria de vê-lo derramando em nosso solo
as nobres gotas azuladas típicas deste mês.
Precisamos deste refresco para a terra e o coração,
que permanece sedento do que a natureza oferece.

Janeiro, jamais se esqueça de chover,
jamais se esqueça de você...
jamais se esqueça deste solo
que anseia por suas lágrimas.

Quero que janeiro seja janeiro
e que o frescor da água refresque a alma...
a alma do mundo que secas lágrimas 
derrama todos os dias.

Cansamos de lágrimas de tristeza,
doenças, acidentes, depressão e síndromes.
Queremos, agora, nos inundar com as doces lágrimas
da longa chuva de janeiro!

Por: Miriã Pinheiro



terça-feira, 6 de janeiro de 2015

Tag Liebster Award

Olá, é com muito prazer que menciono que fui convidada pela primeira vez a participar do Liebster Award, que consiste em ajudar blogs pequenos com menos de 200 seguidores. 
Fui chamada pelo blogueiro André, do blog Kings of Disco. Agradeço-lhe muito, André!


Regras:

1- Escrever 11 fatos sobre você;
2- Responder as perguntas de quem te indicou;
3-Indicar 11 blogs com menos de 200 seguidores;
4- Fazer 11 perguntas para quem você indicou;
5- Colocar uma imagem do selo Liebster;
6- Linkar de volta quem o indicou.

11 fatos sobre mim:

1- Sou professora de língua portuguesa;
2- Sonho em poder fazer diversas viagens interessantes;
3- Minha cor preferida é vermelho;
4- Leite é minha bebida preferida;
5- Sou fascinada por novelas e romances de época;
6- Gostaria muito de ter nascido na época medieval, apesar de entender as dificuldades;
7- Queria ter o cabelo liso;
8- Ainda pretendo fazer pós-graduações relacionadas à literatura;
9- Gosto de ficar em silêncio;
10- Ódio é um sentimento bastante distante para mim;
11- Adoro verduras;

Respondendo as perguntas do André, do blog King of Disco:

1- Quanto tempo de blog?


Tenho este blog desde 2011, no entanto, ele já teve diversos nomes e chegou a ficar bastante tempo parado. No início ele era usado como uma espécie de diário. Tornou-se um ''blog de verdade'' em 2013.

2- O porquê do nome do blog?


No geral, poemas é o tipo de texto que mais prevalece no meu blog e também o tipo de texto que mais gosto de escrever, discutir, analisar etc. Sempre gostei muito de escrever. E quando digo escrever, estou falando de caneta e papel, por isso, escolhi o nome ''Papel e Poesia''.

3- Qual seu filme favorito?


Sinceramente, não sou muito ligada a filmes. No geral, gosto de filmes de drama, que transmitam alguma lição de vida. Não sei dizer se tem algum que seja meu favorito.

4- Algum livro já marcou sua vida? Qual?


Muitos livros marcaram minha vida, mas o meu favorito é ''O morro dos ventos uivantes''. Gosto da história, por ser nada convencional, da época e do lugar retratado e realmente, é uma obra que me toca profundamente.

5- Se fosse possível, qual personagem de filmes/livros/desenhos você gostaria de conhecer/


Gostaria de conhecer o casal Sofia e Ian da série ''Perdida'' da Carina Rissi. Bom humor e diversão é tudo!

6- Estilo de música favorito?


Gosto de escutar mpb e músicas românticas, mas o bom e velho rock sempre vai ser o meu estilo favorito.

7- Cite uma frase de música/filme/livro que você gosta.


''São poucas as pessoas de quem realmente gosto, e menos ainda as que tenho em bom conceito. Quanto mais observo do mundo, mais me decepciono; e cada dia que passa confirma minha crença na inconsistência do caráter humano e na pouca confiança que se deve ter nas aparências de mérito ou sensatez'' (Jane Austen - Orgulho e preconceito)

8 - Viagem dos sonhos.

Europa, sem dúvida.

9- Passatempo favorito.

Leitura.

10- O que mais gosta de ganhar de presente?

Gosto daquilo que é dado de coração.

11- Uma meta para 2015.

Dedicar-me mais em tudo o que for necessário e fazer de tudo para me sentir bem comigo mesma.

Blogs que indico para participar:



Minhas perguntas para os blogs que indiquei:

1- Quanto tempo de blog?
2- O porquê do nome do blog.
3- Além de ser blogueira(o), qual sua outra profissão?
4- Um livro que marcou sua vida.
5- Um assunto que você não gosta de falar.
6- O filme mais ruim que você já assistiu.
7- Qual é o seu horário preferido de usar o blog?
8- Diga um blog que admira.
9- Uma frase de livro/música/filme que você goste.
10- Estilo de música favorito.
11- Uma meta para 2015.




segunda-feira, 5 de janeiro de 2015

Resenha: Encontrada: À espera dos felizes para sempre

Título: Encontrada: À espera dos felizes para sempre
Autora: Carina Rissi
Editora: Verus
Número de páginas: 476

Olá, tudo bem com vocês? Tenho andado meio sumida esses dias e sei que não tenho postado com tanta frequência. Estou de férias e estou aproveitando para fazer leituras, dormir bastante, descansar etc e confesso que ando fugindo um pouquinho de fazer esforços físicos. Mas mesmo que a frequência tenha diminuído um pouco, estou sempre por aqui e sempre que possível haverá alguma postagem nova. 
Antes de ontem terminei de ler mais um livro: Encontrada: À espera dos felizes para sempre. ''Encontrada'' é a continuação de ''Perdida: um amor que ultrapassa as barreiras do tempo'' (clique aqui para ler a resenha de Perdida) que conta a história de Sofia, uma garota que após comprar um celular meio esquisito acaba tropeçando e indo parar no século XIX e é lá que encontra Ian Clarke, o amor de sua vida. ''Encontrada'' começa com as vésperas do casamento de Sofia e é a partir dele que é narrado em primeira pessoa pela própria Sofia (assim como ''Perdida'') os acontecimentos que se seguem na busca dos ''felizes para sempre''. O livro é bastante longo e não dá para lê-lo da noite para o dia, é necessário tempo. No entanto, a escrita da Carina Rissi, assim como a história de ambos os livros, são bem divertidas e prendem bastante o leitor, por ser uma trama repleta de acontecimentos engraçados e surpreendentes. Porém, a minha opinião não é muito diferente da maioria dos leitores dessa série, pois eu acho que ''Perdida'' acabou sendo um pouco mais interessante do que ''Encontrada'', mas isso não quer dizer que o livro seja ruim, muito pelo contrário. Acredito que Carina escolheu uma época maravilhosa para desenvolver o enredo de sua história e ainda fez com que descobríssemos muitos detalhes importantes e curiosidades daquele século. Algumas fontes, inclusive a própria Carina Rissi afirmou em suas redes sociais que ainda este ano será lançado o terceiro livro da série, o qual será narrado pelo ponto de vista de Ian Clarke. Eu, pessoalmente, não sou muito a favor de trilogias ou séries, mas não deixo de pensar de que essa história realmente merece continuação, principalmente por possuir personagens alegres e cativantes.

P.S: Alguns sites e blogs afirmaram que ''Perdida'' é uma série com seis livros e não uma trilogia como eu e outras pessoas chegamos a acreditar!

Por: Miriã Pinheiro