segunda-feira, 23 de junho de 2014

Um dia de férias

Acordei as oito e meia, depois de sonhar que era um gorila que estava correndo loucamente em uma quadra de esportes. Olhei para o meu celular e vi que tinha uma mensagem da minha mãe perguntando se eu já havia acordado. Não respondi. Puxei mais as cobertas até cobrirem meu rosto e dei mais um cochilo de meia hora. Acordei novamente com a voz estridente da minha avó conversando empolgadamente no telefone com a fisioterapeuta, tentando agendar um dia e um horário. Hoje é segunda feira e já faz quatro anos, que todos os domingos, eu durmo na casa da minha avó. A voz falava agitadamente na porta do meu quarto e um pouco incomodada com a situação, decidi que estava na hora de levantar da cama.
Espreguicei-me lentamente, morrendo de preguiça de tirar a coberta e por os pés no chão gelado. Sentei-me na cama, estiquei a coluna até ouvir o estralo dos ossos, como tenho costume de fazer antes de me levantar. Coloquei os pés no chão e comecei a dobrar os cobertores e a arrumar a cama. Vesti minha blusa de frio, fui ao banheiro, lavei o rosto com a água gelada do mês de Junho, coloquei as sacolas que me esperavam no portão na lixeira da rua, despedi de minha avó e subi o quarteirão em direção a minha casa.
Chegando ao fim do meu trajeto, dei logo de cara com dois pedreiros que estão trabalhando em minha casa. Cumprimentei-os e recebi de volta um ''bom dia'' não muito entusiasmado. Perguntei-lhes se o material estava certo e se havia chegado todas as encomendas, responderam positivamente. Entrei em casa, acariciei minha cachorra, sentei no sofá, peguei o celular e comecei a responder a mensagem da minha mãe. Depois fui para a cozinha, pois estava faminta. Tomei um copo de leite com achocolatado e comi um pedaço de queijo, aliás, existe coisa mais gostosa do que um queijo branco de manhã? Terminei meu café da manhã e fui para minha cama com a intenção de ligar o notebook e ver meus e-mails e o Facebook. E cá estou eu.
Bom, um dia de férias, por mais monótono, tranquilo e frio que ele seja, sempre será um bom dia. Um dia sem ouvir o telefone tocar loucamente na busca incansável de uma professora, um dia sem ter que escutar aquela barulheira da criançada, um dia sem ter que carregar dez livros no braço, um dia para poder almoçar sem pressa de terminar, um dia sem tomar banho correndo e sair de casa com o cabelo pingando água ou até mesmo sem pentear o cabelo (misericórdia, Senhor!), um dia para viver tranquilo. E que seja um bom dia!
Por: Miriã Pinheiro


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