terça-feira, 19 de agosto de 2014

Conclusão de um dia conturbado

Tenho tido a impressão de que tentar ser boa o suficiente é impossível e quase nunca funciona. Ter atitudes admiradas e virando alvo certo de elogios e puxa-saquismos tem se tornado um artigo cada dia mais desnecessário na minha lista de prioridades. Meu gosto nem sempre vai ser motivo para o agrado comum de gregos e troianos e nem será a razão da paz no Afeganistão. Minha tentativa de enquadramento nunca será a causa de festas pelo mundo e muito menos acabará com a fome da Terra. Por isso, cansei de tentar fazer o melhor para os outros e o pior para mim. Na ânsia de tentar agradar, tenho desagradado a mim mesma com tantas tentativas estúpidas de mostrar que não sou fútil, fraca ou insensata. Sou mulher e me considero livre. Estou muito distante de querer ouvir e sentir o estalo da chibata ou o discurso machista de qualquer um que queira podar às asas da minha liberdade. Lembrando que conheço muito bem a discutida diferença entre liberdade e libertinagem. E da segunda opção, posso dizer com a boca cheia que sou abertamente contra. Minha liberdade consiste no meu poder de escolha e de decisão. Quero decidir o que quero e na hora que quero. E se amanhã, por acaso, eu acordar com algo entalado na garganta, farei o impossível para mudar de ideia e de rumo. Da minha liberdade eu quero ser autora e dela quero ter o prazer de desfrutar sem o mínimo teor de culpa por querer ser eu mesma e comandar minhas atitudes. Teimosa, encrenqueira, maluca? Que nada! Pelo contrário, tenho tentando nos dias que se seguem, buscar o meu sublime e esperado lugar ao sol, sem precisar participar de discussões sem nexo ou empurrar quem já está na frente. Tenho plena e absoluta consciência do meu lugar e espaço naquilo que coloco a mão. E raramente, alguém me verá voltando para trás!
Por: Miriã Pinheiro



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