quinta-feira, 10 de julho de 2014

Cansaço psicológico e problemas escolares

O cansaço psicológico é o pior tipo de cansaço que existe na face da Terra. Você sabe que está bem e descansado fisicamente, porém sua mente está trabalhando a mil por hora, fazendo com que você fique exausto de tanto matutar naquilo que você tem que se preocupar em fazer (ou não). 
Último semestre da faculdade já está dando as caras, trazendo consigo o TCC (Trabalho de Conclusão de Curso) e seiscentas maravilhosas horas de estágio em escolas. Logo, chegará o momento de dizer adeus às férias e tudo recomeçará novamente da mesma forma (melhor, eu espero). Só de imaginar que a vida sofrida de professor eventual está retornando a minha porta, bate uma vontade imensa de se trancar no quarto e ali permanecer o resto do ano. Sim, essa vida não é nada fácil. Se os benditos dos professores efetivos (e velhos) já não estão conseguindo dar conta da molecada, imagina o coitado do eventual que tem menos respeito do que os latões de lixo do pátio da escola. Pior ainda é ser uma professora jovem ou uma jovem professora, acho que dá no mesmo! Apesar, de que me deparo sempre com eventuais de meia idade que são tão desrespeitados quantos os jovens como eu. 
 A verdade, é que não dá para esperar muito dos adolescentes de hoje. O respeito é algo que está em falta no mercado da educação já há algum tempo e a tendência, infelizmente, é piorar cada dia mais. Certa vez, ouvindo uma conversa por aí, escutei algo que me chamou muito a atenção. Alguém disse que ''a educação não é para todos e sim para quem quer.'' Acho que essa frase deveria ser a definição de tudo o que está acontecendo. O erro começou quando proibiram a criança e o adolescente de trabalhar. Você pode até dizer que haviam muitas crianças que gostariam de estudar e que eram exploradas cruelmente, por isso veio a lei da proibição do trabalho infantil. No entanto, como poderemos obrigar alguém a estudar? É uma questão difícil, já que muitos adolescentes dizem na cara dura que preferiam muito mais estar na rua vendendo sorvete do que dentro de uma escola olhando para o infeliz do professor. Você pode dizer também que o elemento em questão não está na idade adequada para trabalhar e menos ainda na idade de decidir o que quer para a própria vida, porém não é certo ele atrapalhar a vida de outrem por ser obrigado a usufruir de um direito que quer abrir mão. 
A educação é um direito de todos, mas não são todos que servem para compartilhar desse direito. Não são todos que sabem valorizar os materiais didáticos e todos os recursos do governo que são investidos na educação. Há quem pense que esses materiais são uma bela de uma porcaria, porém eu digo que não. Até há alguns anos não havia esse material. Hoje, as crianças ganham cadernos e outros materiais escolares de qualidade para fazerem uso durante o ano letivo. As apostilas são razoáveis, porém os livros didáticos são excelentes. Todos os anos, recebem também um belo kit com livros de literatura. O ensino é bom e é melhor ainda para quem tem vontade de aprender. A escola é boa e tem sido boa até demais para o tipo de gente que tem recebido ultimamente. O único problema é a extrema valorização da quantidade e o esquecimento total da importância da qualidade dentro de uma instituição de ensino.
Por: Miriã Pinheiro

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