Acordei, levantei da cama aos tropeços e passei a mão em
algo que prendesse essa juba de leão que insiste em achar que seu lugar é na
minha cabeça! Fui em direção ao banheiro, ansiosa para lavar o rosto e dar
aquela última e proveitosa espreguiçada. Porém, minha mania de reflexão em
frente ao espelho acabou vindo à tona. Olhei para o pedaço de vidro pintado de
alumínio pendurado atrás da porta e senti que dentro de mim algo não era o
mesmo.
Comecei imediatamente a buscar uma explicação válida e
aceitável para toda aquela ansiedade misturada com preguiça e medo que eu
estava sentindo naqueles últimos dias.
Pensei que poderia ser as preocupações naturais da vida ou
até mesmo aquele bendito cansaço psicológico que de vez em sempre, insiste em
ficar alojado na minha caixa de pensamentos.
Imaginei que poderia ser TPM, vontade de dormir mais um
pouco, medo de alguma coisa que não sei dizer certamente o que é ou
simplesmente uma ansiedade de ver logo a cara do fim de semana para poder me
ver livre ou pelo menos quase livre de algumas obrigações.
Acertei na mosca! Era essa última suposição que eu queria e
continuo querendo até esse exato momento. É óbvio que não estou querendo
exatamente ficar ‘’livre de obrigações’’ ou algo parecido, mas sim aperfeiçoar e
melhorar um pouco a maneira como tenho levado a vida. Aguardo impaciente o dia
em que vou poder dizer que sinto grande prazer em fazer o que faço. Está claro
que estou me referindo a vida profissional. Não vou dizer que sou infeliz e
ficar falando que não gosto de fazer o que faço ou que estou na profissão
errada. É óbvio que não! Tenho certeza absoluta de que estou fazendo a coisa
certa, porém sinto que ainda não encontrei a forma ou até mesmo a fórmula
correta de exercer o que escolhi.
Admiro muito aqueles que se sentem felizes e realizados com
o que fazem. Fico escandalosamente emocionada quando me deparo com pessoas que
dizem ter acertado na escolha da profissão e do local de trabalho. No entanto,
algo ainda tem me deixado com um pé atrás e uma ou mais pulgas atrás da orelha.
Sentir-se contente com o que faz é fator necessário na vida
de qualquer ser humano que caminha por essa Terra maravilhosa e eu com certeza
tomo posse dessa informação como se fosse um direito meu! E eu sei que é.
Buscarei, aperfeiçoarei e sei que um dia encontrarei uma trilha e farei um
caminho.
Por: Miriã Pinheiro
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